A proximidade entre a família Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, esfriou nos últimos meses. E, na opinião de John Feeley, ex-embaixador do país norte-americano no Panamá, isso tem um motivo específico. Em entrevista à BBC News, o profissional, que se notabiliza por já ter sido classificado como um dos maiores especialistas em América Latina, revelou que o afastamento se deu pelo fato do líder atual dos EUA não gostar de perdedores.
No entendimento dele, a prisão de Jair Bolsonaro impactou diretamente na avaliação de Trump sobre o ex-presidente. A partir deste momento, o líder norte-americano passou a vê-lo como um perdedor, e diante disso, o descartou.
“Assim que Bolsonaro perdeu, ou seja, assim que foi condenado e preso, Donald Trump o viu como um perdedor, e se há algo que Donald Trump não tolera são perdedores”, afirmou Feeley, que trabalhou junto com Trump no primeiro mandato do governante.
“Não acho que Donald Trump saiba muito sobre Bolsonaro. Posso quase garantir que ele não acorda todos os dias pensando no Brasil. E assim que Bolsonaro deixou de ser uma referência na política brasileira e o Estado de Direito e a justiça democrática prevaleceram no Brasil, Donald Trump simplesmente o descartou”, completou o ex-embaixador.
Laços estreitados com rival
Ao passo que se distanciou de Bolsonaro, Donald Trump se aproximou de Luiz Inácio Lula da Silva. Após a polêmica envolvendo a taxação, os dois líderes apararam as arestas, e se elogiaram publicamente. Os dois estiveram juntos em algumas oportunidades e aproveitaram para declarar uma trégua na queda de braço, situação esta que acabou sendo vista como mais uma derrota para o ex-presidente, líder da direita.
Bolsonaro passa por nova cirurgia
Hospitalizado desde o último dia 24, Jair Bolsonaro passará por uma nova cirurgia nesta segunda-feira (29). O procedimento tem objetivo de contornar o quadro de soluços que o ex-governante vem sofrendo nos últimos meses. Esta será a terceira cirurgia que ele será submetido em um intervalo curto. Ainda sem prazo fixado para receber alta, o antigo líder do Executivo nacional segue sendo monitorado por uma equipe da Polícia Federal, e quando liberado, retornará para o regime fechado, na Superintendência da PF, em Brasília.
