Oscar Maroni, empresário conhecido por comandar o Bahamas Hotel Club, estabelecimento voltado ao entretenimento adulto na Zona Sul de São Paulo, faleceu nesta quarta-feira (31), aos 74 anos.
A informação foi confirmada por familiares através de um comunicado oficial publicado no site do empreendimento, embora a causa específica do óbito não tenha sido revelada ao público até o momento. Na nota divulgada, a família destacou a trajetória do empresário, ressaltando que ele “viveu intensamente e foi fiel às suas convicções e à sua liberdade”.
Figura marcada por uma trajetória pública controversa, Maroni protagonizou diversos embates com autoridades e políticos ao longo das últimas décadas. Sua gestão à frente do Bahamas foi alvo de múltiplos processos judiciais, resultando em ordens de fechamento e posterior reabertura do local em várias ocasiões. As disputas legais frequentemente envolviam a natureza das atividades exercidas no estabelecimento, gerando grande repercussão na imprensa e na sociedade paulistana durante os períodos de litígio.
Disputas judiciais e absolvição
O empresário enfrentou acusações sérias relacionadas à exploração de acompanhantes de luxo. Em 2007, chegou a ser detido por determinação judicial, permanecendo recluso por um mês, e em 2011 recebeu uma condenação em primeira instância. No entanto, o cenário jurídico mudou em 2013, quando o Tribunal de Justiça o inocentou da acusação de favorecimento a esse tipo de atividade. Na ocasião, após conseguir reabrir o negócio como hotel e prestador de serviços estéticos, ele declarou ao g1: “Eu não sou bandido, marginal ou cafetão. O Bahamas é um bar frequentado por homens, mulheres e casais. O sabor da justiça é maravilhoso”.
Conflitos políticos
Além das questões envolvendo o clube noturno, Maroni travou uma disputa pública com o então prefeito Gilberto Kassab devido à interdição do Oscar’s Hotel. O edifício, situado próximo à cabeceira do Aeroporto de Congonhas, teve seu alvará cassado sob a justificativa de oferecer riscos à segurança das aeronaves, especialmente após o acidente aéreo da TAM em 2007.
Em resposta às pressões administrativas, ele lançou-se candidato a vereador em 2008 pelo PTdoB, obtendo pouco mais de 5 mil votos em uma campanha que ele mesmo descreveu como um ato de protesto e estratégia midiática, sem intenção real de assumir o cargo.
