Novo cálculo do spread provoca queda em operações de crédito e reduz lucro dos bancos

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Uma alteração promovida no modelo de cálculo do spread provocou uma queda quase que pela metade em relação a margem de lucro das instituições financeiras. O spread é o termo usado para designar a diferença entre aquilo que os bancos estão pagando para captar recursos e aquilo que efetivamente é cobrado dos consumidores.

De acordo com as informações levantadas, o principal motivo que levou a essa queda foi o fato de que os custos administrativos das instituições, que eram de 3,8% do spread, passaram para uma fatia de 25,5%. Isso acabou fazendo com que a participação de outros componentes da conta terminassem comprimidos.

É interessante ressaltar que em 2017, o Banco Central divulgou uma estimativa de que a margem de lucro no spread estava na casa dos 23,3%. Porém, esse cálculo sofreu uma redução para 14% de acordo com a nova forma de contabilização apontada no Relatório de Economia Bancária.

Segundo Mario Viana, diretor de Política Econômica do BC, essa alteração significativa no spread ocorreu especialmente porque a instituição parou de deduzir a receita com serviços dos custos administrativos totais.

Ainda segundo Viana, na antiga metodologia que era aplicada desde 2004, esses serviços não eram contabilizados com um produto dos bancos.

Outra mudança significativa também ocorreu no cálculo além da apontada. Agora, o Banco Central está tomando como base o Indicador de Custo de Crédito. Até o ano passado considerava-se as taxas de juros, cujos cálculos eram feitos mensalmente com base em empréstimos novos.

Sobre esse assunto, Viana comentou que "Hoje supõe-se que os serviços não são uma forma de abatimento de custos, são uma fonte de receitas” e que "De tempos em tempos a metodologia é atualizada".
 

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