Todos os anos, os brasileiros consomem 2,3 bilhões de macarrão instantâneo. Cinquenta por cento desse mercado é alimentado – literalmente – pelo miojo da Nissin. A história desse produto tão saboroso é interessante. Veja 9 curiosidades sobre a criação do miojo.
1 – Inventor
O inventor do macarrão instantâneo, popularmente conhecido como miojo, foi o japonês Momofuku Ando, que tentava reconstruir sua vida no período pós-Segunda Guerra Mundial. O Japão estava em grave crise, destruído e Momofuku havia perdido a tecelagem que mantinha em Osaka. Em 1948, ele passou a vender sal para sobreviver.
2 – A invenção
Com o país destruído, o Japão recebia farinha dos Estados Unidos e o Ministério da Saúde começou a substituir o lamém – macarrão fresco muito comum em terras nipônicas – pelo pão. Só que pão e japonês nunca combinaram muito.
Nesse cenário, Momofuku teve uma ideia: tornar o lámen tão fácil de ser distribuído quanto o pão. Momofuku decidiu fazer uma versão cozida do alimento e criou um método de desidratação por fritura rápida em gordura.
Esse método serviria para duas coisas: retirar a água do macarrão e acelerar o modo de preparo quando chegasse à casa do consumidor.
3 – Fora do tempo
Quando Momofuku terminou todo o processo, a guerra já havia se tornado algo do passado e o Japão reagia economicamente 13 anos depois do final do conflito que durou até 1945.
Quando chegou às lojas para ser vendido, o lámen de Momofuku estava mais caro do que o macarrão fresco – custava 36 ienes, seis vezes mais que o produto fresco.
4 – De problema a solução
Se o problema era o valor alto do lámen pré-frito, a solução foi justamente o milagre econômico vivido pelo Japão. Os trabalhadores – havia muito emprego – não raro tinham 20 minutos para almoçar. Tempo é dinheiro e o lámen pré-frito era poderia se preparado em três minutos.
5 – Nissin
O lámen de Momofuku Ando chegou às lojas com o nome Chikin Rámen. Junção de franco em japonês e lámen, porque no Japão não há distinção das letras L e R. A empresa que produzia foi nomeada como Nissin, que significa milagre.
6 – Crescimento
A empresa de Ando cresceu bastante e em dois anos passou para um local com 15 mil quadrados, com linha de montagem automatizada e produção de 100 mil blocos pré-fritos por dia.
7 – Chegada ao Brasil
A ideia de Momofuku se espalhou pelo Japão e foi copiado por outras empresas, inclusive uma chamada Myojo Foods. No Brasil, a ideia foi trazida por um empresário chinês, em 1965, e ele deu o nome da concorrente de Ando, tirando o Y e colocando o I. Nascia o Miojo em solo brasileiro.
8 – Grande nome
A primeira embalagem do produto da Miojo Macamen trazia um nome gigante: “spaghetti vitaminado instantâneo tipo yakissoba com tempero sabor galinha”.
9 – Encontro
O tempero que acompanha o miojo era fabricado pela Ajinomoto. Na década de 1970, a Ajinomoto virou sócia da Miojo Macamen. Em 1975, a Nissin de Momofuku Ando desembarcou no Brasil e formou uma joint-venture com a Ajinomoto. Ou seja, foi o encontro do criador do produto com o miojo brasileiro, que recebia o nome de um concorrente de Momofuku.
Hoje, a embalagem desse produto aqui no Brasil apresenta três palavras importantes: Nissin (a empresa criada por Momofuku) Lámen (o produto pré-frito) e Miojo (a marca brasileira criada por um chinês). Deu fome.