Se você perguntar para a sua mãe ou para a sua avó se frio e chuva causam gripe ou resfriado, muito certamente a resposta será positiva. Ao longo dos anos, esse pensamento ganhou força e se tornou uma tradição, mas será que faz sentido?
Esse pensamento surgiu em um momento – há muitos anos – em que não havia informações nenhuma sobre a existência de fungos, bactérias ou vírus. Era lógico atribuir gripes e resfriados à baixa temperatura e a chuva.
De acordo com o médico Dráuzio Varela, essa crendice pode ter sido reforçada pelo fato de que há pessoas que tem hipersensibilidade ao frio e esses sintomas eram confundidos com um resfriado comum.
Mas se friagem fizesse mal, suecos, canadenses, noruegueses e outras pessoas que vivem em regiões geladas não teriam sobrevivido ao longo dos anos ou viveram doentes. Não é isso o que acontece.
A partir de 1950, algumas pesquisas foram realizadas diversas pesquisas que visavam avaliar a incidência de doenças nas vias aéreas causadas pelo frio ou pela chuva. Nenhum das pesquisas mostrou que exposição às baixas temperaturas aumentassem a incidência de gripe ou resfriado.
Essas doenças do sistema respiratório são provocadas por vírus e bactérias. Sem esses agentes, é impossível contrair tais doenças. Mas se é isso mesmo, por que no inverno aumentam os casos de gripes e resfriados?
A resposta é simples: nessa época do ano as pessoas costumam se aglomerar com mais frequência em locais fechados, seja em casa, seja no escritório, seja no transporte público, e isso possibilita aos vírus que se espalhem com mais facilidade.
O ar-condicionado também pode causar esses problemas. Não por causa da baixa temperatura, mas sim, porque, desidrata o ar resseca o muco protetor que reveste as vias aéreas.