Até onde pode chegar a perversidade humana? Onde o preconceito e a falta de amor ao próximo levará o ser humano? Um caso de homofobia entre pai e filho vem chamando a atenção, a história tem causando comoção e indignação em todo o mundo.
De acordo com o portal de notícias 'Catraca Livre', um jovem gay foi preso, e essa história poderia ser apena mais uma, já que milhares de pessoas são detidas em todo o mundo diariamente, contudo, este caso tem fundamento no ódio, preconceito e homofobia. Foi o pai do rapaz de 20 anos que fez uma denúncia para que polícia chegasse até o seu filho e chegou a pedir que ele fosse morto por ser gay, e que era uma desonra para a família.
Matem meu filho gay pela honra da família
O jovem identificado como Zelimkham Akhmadov, de 20 anos, é um dos homens que foram presos no ano passado na Chechênia, região que faz parte da Federação Russa, onde é considerado crime ser homossexual. Ele e outros jovens foram levados para uma espécie de campo de concentração, onde os homossexuais e até mesmo aqueles que levantam a suspeita de terem uma opção sexual diferente são presos.
Neste local os presos são torturados diariamente para que denunciem outros gays e principalmente onde ficam os locais frequentados por eles. O governo russo alimenta a intolerância aos gays, canais de TVs estatais retratam homossexuais como pervertidos, agentes infiltrados como doentes que devem ser curados, promovendo uma verdadeira caça às bruxas.
Alguns meses depois, Zelimkham conseguiu fugir desta prisão e buscou refúgio na casa de um amigo em São Petersburgo, mas quando a família do jovem descobriu seu paradeiro, o denunciou para a polícia local. Nesta ocasião ele conseguiu escapar do cerco da polícia.
Sem ter para onde ir e com quem contar, ele tentou buscar ajuda através da Rede LGBT Russa, uma organização não-governamental que ajuda LGBTs do país europeu. Akhmadov conseguiu marcar um encontro secreto com um suposto membro desta organização.
No dia marcado, o jovem foi até o local e ao chegar lá, deu de cara com seu pai e alguns policiais. Ele foi imobilizado e colocado dentro do carro da polícia e nunca mais foi visto. O rapaz foi preso graças à colaboração de seu pai, que pedia para as pessoas matarem o próprio filho “pela honra da família”.
Este caso aconteceu em abril deste ano e de lá para cá o desaparecimento de Zelimkham vem ganhando notoriedade mundial. Após uma enorme repercussão na imprensa do país, representantes da Freedom House, uma organização independente que atua em prol da democracia e dos direitos humanos, afirmou que “a perseguição à comunidade LGBT na Chechênia infelizmente está longe de acabar”.