Veja o mundo de acordo com os olhos de um daltônico

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Atravessar um semáforo ou simplesmente admirar uma paisagem. Ser capaz de perceber toda a gama de cores não é apenas importante para o dia a dia, mas também um privilégio. Segundo o Instituto Nacional do Olho, nos Estados Unidos, 8% dos homens e 0,5% das mulheres do mundo têm algum grau e daltonismo.

Mas, afinal, como os daltônicos enxergam? Essa pergunta é um clássico da Internet que volta e meia ressurge. Um programa de TV espanhol chamado El Hormiguero esclareceu a dúvida mostrando como as pessoas com essa deficiência da percepção de cores veem o mundo.

“Nunca entendi essas fotos”, diz com ironia um dos daltônicos que participaram do programa, referindo-se às imagens acima. O El Hormiguero entregou óculos que corrigem o daltonismo a várias pessoas com essa deficiência visual. Segundo o programa, era a primeira vez que elas podiam ver todas as cores. Foi uma enorme emoção.

A imagens mostradas são vistas com o mesmo filtro, ou seja, através dos olhos de um tipo específico de daltonismo – mas nem todos os daltônicos enxergam igual. Para explicar isso de forma adequada, primeiro precisamos definir bem o daltonismo.

Como explica a Sociedade Oftalmológica da Comunidade Valenciana em seu site, percebemos a luz através das células sensoriais da retina. Trata-se dos fotorreceptores, que se dividem em dois tipos: os bastonetes e os cones. Os primeiros respondem aos sinais luminosos de baixa intensidade, isto é, são os que nos ajudam a ver de noite. Já os cones se encarregam da visão diurna e da distinção de cores. Há três tipos de cones, cada um deles responsável por perceber as cores primárias da luz: vermelho, verde e azul.

“Numa pessoa não daltônica, a combinação desses três tipos de cores permite discernir uma ampla gama de tonalidades intermediárias. Mas quando um desses três tipos de cones não está presente ou funciona mal, aparece o transtorno denominado daltonismo ou cegueira para as cores”, afirma a Sociedade Oftalmológica da Comunidade Valenciana. Isso significa que, dependendo de como funcionam os cones, os daltônicos perceberão a luz de uma forma ou de outra.

Há vários tipos de daltonismo. Para mostrar como se enxerga com cada um deles, utilizamos um simulador do site Color-Blindness. Escolhemos uma imagem icônica com muitas cores: a capa do álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles.

Dicromacias: são a disfunção mais frequente, fruto da ausência de um dos três tipos de cones. Quando não se percebe o vermelho, chama-se protanopia. Assim veem as pessoas com esse tipo de daltonismo.

Se a pessoa não vê o verde, é deuteranopia.

Já na tritanopia, não funciona o cone que capta o azul.

Tricromacias: são uma versão das discromacias, só que mais leves. Todos os cones funcionam, mas alguns deles têm a sensibilidade alterada. Se os cones vermelhos não funcionam bem, é protanomalia.

Se o problema é com o verde, chama-se deuteranomalia.

Já a tritanomalia é um defeito nos cones azuis.

Monocromacia: nesse caso, o menos comum, só um dos cones funciona. “O transtorno costuma ser acompanhado de alterações da visão central, com fotofobia e nistagmo, ou seja, com um quadro de muito incômodo com a luz e movimentos oculares anômalos”, explica a Sociedade Oftalmológica da Comunidade Valenciana.

Como o daltonismo é diagnosticado?

Há pessoas que são daltônicas e não sabem, especialmente se têm alguma forma de tricromacia. Os dois testes mais comuns são o de Farnsworth, em que o paciente deve colocar gradualmente as tonalidades em ordem, e as lâminas de Ishihara, em que a pessoa deve identificar o número de uma cor determinada sobre um círculo de outra tonalidade.

Fonte: El Pais

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