Pena de morte sempre foi um tema polêmico para os cristãos de todo o mundo e a Igreja Católica nunca se posicionou explicitamente sobre o tema, deixando para os governos de cada país decidirem se são favoráveis ou contrários a esse tipo de punição.
Na prática, se a pena de morte fosse lei em determinado país, a Igreja Católica não se mostrava contrária isso. Se a lei não permitisse pena de morte, a posição da igreja não de fazer campanha em prol da punição.
A posição neutra foi abolida com a mudança no catecismo da Igreja Católica. A redação do item 2267 do catecismo foi aprovado pelo Papa Francisco, que tem levantando dentro da instituição milenar o progressismo que tem agradado a cristãos e não-cristãos de todo o mundo.
“A Igreja ensina, à luz do Evangelho, que a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa, e se empenha com determinação por sua abolição em todo o mundo”, disse o papa.
“A partir de agora, quem for a favor da pena de morte está claramente ao contrário do que a Igreja ensina”, resume o vaticanista Filipe Domingues, ouvido pela BBC Brasil. O novo texto do catecismo diz que “a dignidade da pessoa não é perdida nem depois de ter cometido crimes gravíssimos”.
Domingues afirma ainda que os papas João Paulo II e Bento XVI, antecessores de Francisco, se mostravam também contrários à pena de morte.
“Mas o catecismo ainda dizia que, em alguns casos, quando para a defesa do bem comum, para proteger a sociedade e quando não houvesse nenhum outro recurso, a pena de morte seria admissível, após a certeza de que a pessoa era culpada”, explicou.