No dia 8 de outubro, dia seguinte à votação do primeiro turno, uma jovem de Porto Alegre virou assunto nacional ao afirmar que havia sido vítima de ataque e relatou ter sido marcada na barriga por um canivete.
Nesta quarta-feira (24), a Polícia Cívil indiciou a jovem, cuja identidade não foi divulgada, por falsa comunicação de crime. O inquérito foi concluído pelo delegado Paulo Cesar Jardim, que recebeu o laudo pericial.
De acordo com o laudo, as lesões podem ter três origens: foram causadas pela própria vítima, por outro indivíduo com o consentimento dela ou por outro indivíduo com impedimento ou incapacidade da vítima em reagir.
A terceira opção ainda serviria como argumento para dizer que ela poderia ter sido atacada. Mas após ouvir 20 pessoas na região do bairro Cidade Baixa essa hipótese pode ser descartada.
“Toda a área que ela percorreu identificamos 12 câmeras, uma visão muito boa, ela não aparece, tampouco alguma agressão. Delito de pequeno poder ofensivo, a pena é de seis meses a um ano, estamos encaminhando ao Judiciário, ela é indiciada”, afirmou delegado.
A perícia analisou 23 traços no corpo da jovem. Segundo o laudo, os traços correspondem a arranhões – o que colocaria em xeque a ação violenta que costuma caracterizar as ações de grupos neonazistas. Em depoimento no dia 9 de outubro, a jovem afirmou que foi abordada por três homens que a agrediram.
“Para nós o laudo é bastante conclusivo. Ou houve um autoflagelo ou foi com consentimento da vítima”, finalizou o delegado. O advogado da vítima afirmou que vê o laudo com muita naturalidade porque sua cliente alegou não ter reagido ao ataque. “O laudo do IML, concluindo isso, conclui que minha cliente diz a verdade”, afirmou.