Uma imagem triste viralizou nas redes sociais na tarde desta sexta-feira, 2 de novembro. Uma transexual chamada Angela Lopes foi agredida na rua por homens desconhecidos. O criminoso a atacou com um martelo, acertando-lhe a cabeça. O crime aconteceu na cidade de São Carlos, interior do estado de São Paulo.
Angela é conhecida no Brasil inteiro e internacionalmente por ter sido a primeira mulher trans a conseguir tirar o registro civil com mudança de nome sem ter feito a cirurgia de resignação sexual. O caso de transfobia foi relatado à polícia que abriu inquérito para punir o agressor.
Fotos da agressão e relato
Veja abaixo a publicação da página PDT Diversidade, que luta pelos direitos da população LGBT no Brasil.
A agressão à Angela aconteceu no último domingo, dia 28 de outubro. A data foi marcada pela eleição do novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL). Com mais de 55 milhões de votos, ele foi escolhido para chefe do Poder Executivo federal para os próximos quatro anos.
Angela só conseguiu registrar o caso na quarta-feira, dia 31. Antes, ela afirma que não conseguia sair da casa de parentes, onde ficou escondida, por medo de morrer.
Ela contou para os policiais que estava chegando em casa quando sentiu uma pancada na cabeça e percebeu que um desconhecido desferia golpes de martelo nela, sob fortes ataques homofóbicos. Ela segurou a ferramenta e foi agredida com socos no rosto.
“Eu nunca havia sido violentada com esse grau de intensidade. Ver meu corpo esfacelado e violado me deixou profundamente abalada”, contou.
Caso revolta ativista e sobra até para Bolsonaro
Angela é presidente do PDT Diversidade e mora próximo a uma zona eleitoral. Ela atribuiu o caso ao fortalecimento dos eleitores de Jair Bolsonaro no último pleito e do discurso do futuro presidente.
“Bem-vindos ao País de Bolsonaro”, lamentou.
A titular da Delegacia de Defesa da Mulher de São Carlos, Denise Gobbe, está apurando a violência.
“Não sei se houve aí uma conotação política em cima dessa situação”
O crime foi registrado como lesão corporal e injúria. No Brasil, a homofobia ainda não é criminalizada.