Médica que moveu ação contra acordo do Mais Médicos é demitida e fica exilada por 8 anos

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As propostas de Jair Bolsonaro para os médicos cubanos que participam do programa Mais Médicos, criado em 2013 pelo governo de Dilma Roussef, não foram aceitas por Cuba; e os profissionais começaram a retornar para o país.

Diante dessa situação, envolvendo milhares de médicos, surgem histórias de profissionais que bateram de frente com o governo cubano e moveram ações na Justiça. Somente em 2016, foram 150 casos em todo o país.

Uma das médicas que veio ao Brasil participar do Mais Médicos, Yaili Jiménez Gutierrez, acionou a Justiça contra o governo cubano. “Quando você sai de Cuba pela primeira vez, descobre muitas coisas que não sabia“, afirmou ela.

Chega uma hora em que você se cansa de ser escravo“, disse Jiménez, usando um termo que tem sido utilizado pelos críticos do Mais Médicos no Brasil, porque aproximadamente 70% do salário é enviado ao governo de Cuba e apenas 30% fica para os médicos.

Jiménez processou o governo, mas perdeu na Justiça no ano passado. Dias depois, foi procurada por supervisores cubanos que a demitiram e ordenaram sua volta a Cuba em 24 horas. A outra opção, além dessa, era o exílio de oito anos. Foi isso que aconteceu.

“É triste deixar sua família, amigos e sua terra“, disse ela. “Mas aqui estamos em um país onde você é livre, onde ninguém lhe pergunta aonde você vai ou lhe diz o que deve fazer. Em Cuba, sua vida é ditada pelo governo“, explica Jiménez, que estava desempregada quando falou ao UOL em junho do ano passado e só poderá retornar a Cuba em 2025.