O mundo do cinema está de luto. Morreu nesta segunda-feira (26), aos 77 anos, o premiado diretor italiano Bernardo Bertolucci, que lutava há alguns anos contra um câncer. A notícia de sua morte foi divulgada pela imprensa internacional.
O cineasta se locomovia com a ajuda de uma cadeira de rodas há cerca de uma década. Bertolucci passou por uma cirurgia de hérnia discal que foi executada sem sucesso e parou de andar.
Bertolucci ficou conhecido por filmes como O Último Tango em Paris, de 1972. Em 1988, ganhou o Oscar de melhor diretor pelo filme O Último Imperador. O longa-metragem foi o grande vencedor daquele ano, faturando nada menos do que nove estatuetas.
O cineasta italiano também foi homenageado com a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, pelo conjunto de sua valiosa obra. Bertolucci dirigiu filmes como Antes da Revolução, de 1964; 1900, de 1976; e O Conformista, de 1970.
Bertolucci nasceu em 1941, na cidade de Parma. Seu pai era poeta e sua mãe, professora. Em 1961, foi contratado como assistente por Pasolini, que era amigo de seu pai.
O filme O Último Tanto em Paris foi proibido no Brasil pelo governo militar e só exibido por aqui em 1979. No longa, que tem Marlon Brando e Maria Schneider no elenco, há uma polêmica cena de abuso.
Além da cena ser bastante forte, pesou também o fato de os dois atores ter grande diferença de idade. À época, Marlon Brando tinha 48 e uma carreira já consolida na sétima arte. Maria Schneider, por outro lado, estava apenas começando e tinha 19 anos.
O mais polêmico, no entanto, foi a declaração de Bertolucci. Ele afirmou que a cena não foi consensual. “Fui horrível com Maria porque não lhe avisei o que iria acontecer”, disse. “Queria que ela reagisse como uma menina e não como uma atriz”, explicou. Por conta dessas declarações, alguns afirmam que este filme é um dos mais polêmicos da história.