Na última quarta-feira (02), a ministra da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, fez a afirmação de que ‘menino veste azul e menina veste rosa’. Essa citação polêmica inundou as redes sociais e gerou uma grande revolta por parte dos internautas.
Rapidamente, a hashtag #cornãotemgênero se tornou um dos principais assuntos do momento. Mas, afinal, por que rosa é atribuído às meninas e azul aos meninos?
Ao contrário do que é hoje, o azul era atribuído para as mulheres e o rosa aos homens, segundo a pesquisadora e historiadora Jo B. Paoleti, que já escreveu um livro sobre o tema. De acordo com seu estudo, durante a Primeira Guerra Mundial, tons pastéis eram usados por crianças. Azul era uma cor feminina por ser mais delicada, e o rosa aos homens por remeter a cor de sangue, força e decisão.
Essa realidade só começou a mudar depois de 1920, na Alemanha, popularizando permanentemente a partir da década de 70. A pesquisadora Eva Heller afirma ainda que essa transição de cores atingiu o seu auge na década de 80, quando lojas de departamento americanas separaram os setores em rosa para meninas e azul para meninos.
Há, inclusive, uma pesquisa que contraria os estereótipos. O azul é a cor favorita tanto de homens quanto de mulheres, uma vez que menos de 5% das mulheres tem a cor rosa como favorita. Outra pesquisa diz ainda que os significados das cores são feitos de forma impositiva.
Inclusive, há um famoso vídeo na Internet, onde uma pequena menina reclama por ter brinquedos de menina somente dessa cor. Algo semelhante aconteceu com a Lego, que começou a ter peças exclusivas para meninas dessa cor e foi duramente criticada.