A “guerra” entre o presidente Jair Bolsonaro e a Rede Globo não começou no dia 1º de janeiro. As batalhas já vinham acontecendo durante a campanha eleitoral e, assim como os petistas, eleitores de Bolsonaro sempre demonstraram não gostar da emissora mais assistida do Brasil.
Para o jornalista Gilberto Dimenstein, do Catraca Livre, a Globo quer abater Bolsonaro. Segundo o jornalista, o presidente teria dado inúmeros sinais de que abateria a Globo em seu mandato.
O presidente falou em cortes das verbas publicitárias para a emissora e criticou o BV, prática que as outras emissoras consideram favorecer a Globo na hora de vender anúncios publicitários em sua programação.
Outro ponto a favor de Bolsonaro, que pode ter preocupado a Globo, é a chegada da CNN Brasil. O empresário que comprou a licença da marca da famosa rede de TV americana é defensor de Bolsonaro.
Segundo Dimenstein, as entrevistas exclusivas de Bolsonaro à Record e SBT também foram claros sinais contrários à Globo. A emissora da família Marinho contra-atacou e o sobrenome Bolsonaro está presente nos telejornais da casa.
O Jornal Nacional, telejornal mais assistido do país e uma marca muito forte no quesito informação, dedicou bons minutos para noticiar o caso envolvendo o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente. A emissora exibiu relatórios do Conselho de Administração Fiscal (COAF) na sexta-feira (18).
Neste domingo (20), o Fantástico voltou a noticiar o caso e, indiretamente, criticou a Record TV, que entrevistou Flávio Bolsonaro com exclusividade, questionando perguntas que não foram feitas ao senador.
A partir desse cenário, o jornalista conclui: “A TV está destruindo a imagem da família Bolsonaro e, assim, de seu governo. Apenas fez o que sabe melhor fazer: fez jornalismo. (…) Eles mostraram as contas do senador Flávio Bolsonaro com movimentações quase impossíveis de serem explicadas. Abriu uma porta do inferno para os Bolsonaro- os documentos do Coaf“.