A delação prestada por Antonio Palocci em 13 de abril de 2018 e que foi reproduzida pelo Estadão no dia 17 de janeiro, investiga repasses da Odebrecht ao ex-ministro Antonio Palocci “Italiano”, o ex-ministro de Mina e Energia, Edison Lobão “Esquálido” e ao ex-ministro da fazenda Antonio Delfim Netto “Professor”, referente a obras prestadas na usina hidroelétrica de Belo Monte, no Pará.
Em depoimento, Palocci falou sobre a propina paga pela Odebrecht ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, diz que Lula também havia solicitado pagamentos para Antonio Delfim Netto e José Carlos Bumlai pelo “consórcio alternativo” para vencer o leilão de obras da Usina Hidroelétrica de Belo Monte.
Segundo Palocci, haviam interesses de Lula nos recebimentos dos valores repassados para José Carlos Bumlai, pois “os trabalhos de Bumlai eram feitos, muitas das vezes, para a sustentação da família de Lula”.
No laudo constam e-mails do notebook de Marcelo Odebrecht, em que Palocci solicita que R$ 1,5 milhão fosse repassado ao seu ex-assessor Branislav Kontic. Em outro e-mail, Marcelo Odebrecht pergunta sobre o valor de R$ 12 milhões e pergunta a quem repassar, ao “Italiano” ou para o “Vaca” (ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto).
Antonio Delfim Netto “Professor” também é citado em negociações de pagamentos entre 2012 e 2014 que somam mais de R$ 3 milhões. Palocci é delator da lava jato e este laudo foi anexado nos termos de sua delação premiada.