O ator Walmir Sparapane teve a vida virada do avesso depois de desfilar no ensaio técnico da escola de samba Águia de Ouro fantasiado de Adolf Hitler e com a faixa presidencial brasileira, no útimo sábado (2), no Sambódromo do Anhembi. Ele nega que tenha tido o objetivo de enaltecer o nazismo e também de criticar o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
“Eu sou totalmente contra qualquer tipo de manifestação fascista, nazista e contra o regime militar. Nem usei a suástica nazista na fantasia, usei a chinesa, que é virada para o outro lado. O que as pessoas não viram é que a suástica estava atrás de um símbolo de proibido. Eu estava justamente fazendo uma manifestação contrária ao nazismo e o regime militar“, afirmou, em entrevista ao UOL.
Crítico de Bolsonaro nas redes sociais, ele nega que tenha criticado o presidente durante o desfile do ensaio “Existe uma parte do samba que fala sobre o ditador. Não teve absolutamente nada a ver com o Bolsonaro“, explica Sparapane.
O fato é que o ator tornou-se inimigo número 1 dos bolsonaristas. Ele diz que vem sendo atacado e ameaçado de morte. “Recebi muitas mensagens do tipo ‘se a escola não te punir a gente vai atrás de você’, ‘se eu fosse você eu vazava de São Paulo’, ‘não aparece no Anhembi porque você não sabe o que pode te acontecer’. Mas não li tudo, porque chegou uma hora em que eu comecei a passar mal, literalmente. Vomitei durante o dia, fiquei muito enjoado“, desabafou.
Ele disse ainda que está sendo censurado e que não cometeu nenhum crime. “Mas estou arrependido“, afirma. Passista da Águia de Ouro há 20 anos, ele ficará de fora do desfile de 2019. A escola o afastou.
Ele afirma que se for ao desfile corre até risco de vida. Além disso, ele colocaria outros componentes da escola em risco. No carro em que desfilaria vão estar a velha guarda da escola e cerca de 60 crianças.