Após ter sido preso juntamente com outros quatro engenheiros da companhia Tüv Süv responsáveis por atestar um laudo de segurança da Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, o engenheiro Makoto Namba disse a Polícia Federal que foi interpelado e pressionado pela Vale em atestar uma declaração de condição de estabilidade.
Segundo Makoto Namba, quando periciava as condições da barragem, funcionários da Vale diziam: “Vai assinar ou não a declaração de estabilidade?
Ele afirmou que existia uma grande pressão em cima dos fiscalizadores e que existia uma ameaça de perda de contrato da Vale com a companhia Tüv Süd caso não fosse feito o documento que liberava a barragem para funcionar.
Questionado pelo delegado sobre o que faria se um filho trabalhasse na Vale, o engenheiro afirmou que imediatamente mandava esvaziar o local da tragédia e que mandaria que um plano de emergência fosse posto em prática pela segurança da empresa, pois quando visitou a barragem, verificou que existiam grandes problemas estruturais no sistema de contenção de rejeitos da barragem e também na drenagem de rejeitos.
Segundo Makoto foram enviados emails para a Vale alertando sobre problemas em cinco piezômetros (sensores que medem a pressão do rejeito líquido sobre a estrutura), no entanto, ao que parece, nada foi feito para solucionar o problema.
As investigações sobre os responsáveis pela tragédia de Brumadinho continuam. Os cinco engenheiros, inclusive Makoto Namba foram postos em liberdade pelo Superior Tribunal de Justiça.