Um grupo de servidores municipais se reuniu na sala do gabinete do prefeito Humberto Souto, PPS, que está a frente da prefeitura de Montes Claros (MG). Alguns profissionais, todos da área da educação, chegaram a dormir no local. O ato foi por conta do descaso da gestão municipal sobre o pagamento dos salários dos professores, desde dezembro de 2018 eles estão sem receber os proventos mensais e rescisões de contrato.
Cinco dos servidores, prejudicados pelo descaso com os pagamentos, conseguiram ocupar uma sala pertencente ao gabinete do prefeito, no dia 06/02 (última quarta-feira), levando faixas de protesto contra a gestão municipal e o respectivo abandono da categoria. “Vamos ficar aqui e dormir até resolver, até que a gente tenha uma negociação. Ainda estamos sem resposta. Além deste grupo temos mais de 30 professores no corredor, do lado de fora da sala, e outros na entrada do prédio”, disse Iara Pimentel, presidente do Sind-Educamoc.
Situação é caótica, falta gestão de recursos e Prefeitura ‘terceiriza’ a culpa
A guerra para ter o salário em dia, algo que pressupõe o mínimo de qualidade de uma gestão decente, iniciou-se em novembro. Na ocasião, os professores só conseguiram receber os seus proventos após uma grande mobilização. Sobre este episódio, a equipe de Humberto Souto disse que as dificuldades financeiras para o pagamento dos profissionais da educação foi por conta do não repasse dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb)’. Somente após a mobilização da categoria e com recursos provenientes do Tesouro Municipal é que foi possível a quitação dos pagamentos.
Ano Novo, problema antigo
Se o ano de 2018 terminou em pé de guerra, o começo de 2019 não foi diferente, pior, por problemas do passado. Já em janeiro, os profissionais da educação retomaram a mobilização devido à falta de acertos referentes ao mês de dezembro. Nessa ocasião, alguns professores foram recebidos por Humberto e novamente o ‘repasse do Fundeb’ foi apontado como sendo o pilar para ‘a tomada de decisão sobre os salários de dezembro’.
Relatos emocionados no último encontro dos servidores de Montes Claros
O não pagamento de um direito, ainda mais sendo algo básico e primordial para o sustento familiar, como é o caso do salário, comove mesmo quem felizmente não passa pro esse tipo de problema. Contas atrasam e até mesmo os aluguéis e os suprimentos básicos como a alimentação preocupam os professores de Montes Claros, abaixo, um relato emocionado do discurso de uma professora:
Situação fica tensa quando os guardas municipais entram no local ocupado pelos professores:
Humilhação pública! Aos gritos de ‘caloteiro’, servidores de Montes Claros tentam impedir a saída do prefeito Humberto Souto:
Em 25 de janeiro, a prefeitura fez um polêmico pronunciamento de que realizaria o adiantamento do pagamento referente ao mês de janeiro, o que revoltou os profissionais, já que não houve nenhuma sinalização quanto às dívidas anteriores que a atual gestão tem com os educadores do município.