Mesmo pessoas acostumadas a trabalhar friamente, sem sentimentalismo, em funções que nem todos teriam coragem, se emocionam e se comovem com certos tipos de casos.
E a emoção tomou conta de legistas do Instituto Médico Legal (IML), do Rio de Janeiro, para onde os corpos das vítimas do incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo foram levados.
De acordo com reportagem publicada no portal Uol, em meio ao processo de identificação antropológica forense, foram solicitadas fotos de cotidiano dos meninos e, segundo relatos, houve quem se desestabilizasse emocionalmente no trabalho e se comovesse com o trágico fim da história dos meninos.
“Nosso trabalho é muito técnico, mas quando pedimos ao Flamengo fotos para ajudar na identificação, olhei para elas e vi os garotos como eles eram. São meninos. Naquela hora foi difícil me conter“, afirmou um profissional.
Técnica de identificação antropológica forense
A técnica basicamente consiste na avaliação minuciosa das características físicas dos indivíduos através de imagens do cotidiano de quando eram vivos, informações de peso, altura e massa muscular também são levados em consideração para a formação das características dos cadáveres.
Os corpos de Jorge Eduardo Santos e Samuel Thomas, ambos de 15 anos, necessitaram desta técnica para que houvesse a identificação, já que a opções via arcada dentária e digital não foram bem sucedidas.
Caso a técnica não desse certo, um exame de DNA seria pedido e o prazo para que saísse o resultado poderia ser de até 60 dias, o que certamente atrasaria ainda mais a identificação dos corpos e causaria mais dor aos familiares e angústia.