‘Vagabundo não tem memória’, diz deputado em polêmica sobre obrigar doação de órgãos

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O deputado federal Daniel Silveira (PSL), ficou conhecido principalmente pelo ataque que fez a uma placa homenageando a vereadora Marielle Franco, do PSOL. Ela foi assassinada em março de 2018, no Rio de Janeiro. Só que agora, o deputado está envolvido em uma nova polêmica.

Daniel Silveira propôs nesta última quarta-feira (13), uma lei na Câmara que tem gerado um grande debate, pois ele pretende tornar obrigatória a cessão de órgãos quando uma pessoa morre com indícios de que foi em uma ação criminosa.

Mas o projeto acabou se deparando com os empecilhos jurídicos que existem a respeito destes cidadãos, já que tecnicamente eles passariam a ter os corpos sob controle total do estado.

“Não acredito que vai ferir a memória de ninguém, vagabundo não tem memória”, afirmou o deputado ao UOL, alegando ainda que isto seria a única coisa boa que a pessoa poderia fazer.

Silveira é policial militar e diz que o projeto pretende encurtar a longa fila de pessoas que estão aguardando por um transplante de órgãos.

Projeto polêmico sobre doação de órgãos

O texto do deputado tem como base as informações levantadas pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, de que são mais de 33 mil pessoas adultas e crianças esperando por um transplante de órgão.

O UOL chegou a questionar o deputado se este projeto não iria ferir princípios religiosos, que muitas vezes chegam a influenciar as pessoas para não doarem seus órgãos, mas ele respondeu que criminosos ‘geralmente não são cristãos’.

Silveira disse ainda que o criminoso não faz nada pelo país, mas quando morre, seu corpo pode ajudar outras pessoas.