Um dos principais necrotérios do estado de Zulia, localizado na região noroeste da Venezuela, está passando por uma situação perturbadora. O local está instalado no porão de um hospital e, no local, os corpos das pessoas que morreram são colocados sobre macas de ferro sujas.
O ideal seria que, para a conservação dos cadáveres, os defuntos permanecessem no local por pouco tempo, em uma temperatura bastante baixa. Entretanto, diante da crise vivida na Venezuela, até mesmo os mortos estão sofrendo.
Isso porque, embora Zulia seja um dos estados mais ricos do país, conhecido pela atividade petrolífera, racionamentos de eletricidade e apagões têm sido uma constância na região. Por esse motivo, não há as condições necessárias para a refrigeração dos corpos que encontram-se no local.
Relatos dos funcionários do necrotério nos dão uma real dimensão sobre a calamitosa situação. De acordo com eles, o corpo de uma mulher, que permanecia no local há pelo menos seis meses, acabou literalmente explodindo dentro do porão. Além disso caso, vários outros casos semelhantes são comumente verificados, devido a demora da retirada dos corpos do local para os seus sepultamentos.
Explicação científica
Este fenômeno pra lá de nojento ocorre pelo fato do estágio de decomposição em que esses corpos se encontram. A fase chamada enfisematosa caracteriza-se pela perca da capacidade do corpo em conter os gases que se formam em seu interior. Com isso, o tecido se rompe, e há a explosão.
Diante da crise, os funcionários relatam que as condições de trabalho são insalubres. Sem dinheiro para a compra dos materiais necessários para o manuseio dos defuntos, quando algum explode, a limpeza é feita manualmente por eles, sem qualquer tipo de proteção.