O Brasil, assim como muitos outros países, enfrenta o problema da desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho e esta questão acaba se refletindo no sistema previdenciário. As trabalhadoras brasileiras ainda continuam se aposentando em sua maioria por idade e não por tempo de contribuição.
Nas faixas salariais menores, as mulheres são maioria, inclusive nos valores referentes aos benefícios. Estes dados são confirmados pelo mais recente Anuário Estatístico da Previdência Social, feito pelo próprio governo federal. Em 2017, mais de 174 mil mulheres aposentaram por idade, recebendo um salário mínimo, enquanto apenas 88 mil homens se aposentaram com este valor.
Em relação às faixas mais altas por tempo de contribuição, a situação é inversa, pois cerca de 53 mil homens se aposentaram com um benefício entre 3 e 4 salários mínimos, enquanto somente 19 mil mulheres conseguiram se encaixar nesta faixa.
Uma pesquisadora do Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, revelou que mesmo em se tratando de aposentadoria por idade, as mulheres continuam sendo afetadas uma vez que não atingem os 15 anos de contribuição que são exigidos e assim acabam se aposentando bem mais tarde.
Atualmente a mulher precisa ter 60 anos para se aposentar por idade, porém, a média fica na casa dos 63,4 anos justamente porque precisam completar os 15 anos de contribuição.
E a proposta da reforma da Previdência é aumentar o tempo para 20 anos, ou seja, as mulheres serão ainda mais prejudicadas.