O massacre ocorrido na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, nesta quarta-feira (13), quando dois jovens assassinos, de 17 e 25 anos, invadiram o local e mataram oito pessoas, reacendeu o debate sobre bullying no ambiente escolar.
À GloboNews, um ex-professor do Raul Brasil desabafou sobre a escola. Edilson Castilho revelou que estudou e deu aulas no local. “O que me deixou triste quando optei em trabalhar aqui no Raul Brasil foi a questão do número muito grande de alunos em sala de aula”, disse o professor, que trabalhou no local entre 2011 e 2013.
Ele afirma ainda que a prática do bullying era constante entre os alunos dentro da escola. A mãe de Guilherme Taucci, de 17 anos, um dos atiradores, revelou que o filho sofria bullying e por isso abandonou a escola depois de cursar o primeiro e o segundo ano do ensino médio.
O profissional da educação reconheceu também que era impossível trabalhar com 45 alunos em uma sala onde caberiam 30. O desabafo prosseguiu e Castilho falou sobre o desrespeito em sala de aula.
“Eu recebi muitas vezes o desrespeito dos alunos, a incompreensão, a falta de comprometimento, é uma constante no colégio público e no Raul Brasil não é diferente”, revelou Castilho, expondo a realidade de parte do ensino público no estado de São Paulo e no Brasil.
O professor disse ainda que hoje trabalha em escola particular e que muitos profissionais estão migrando dos colégios públicos para os particulares devido às melhores condições de trabalho e ao maior reconhecimento.