Especialistas apontam um padrão de comportamento que é capaz de unir casos como o ocorrido na última quarta-feira (13), na Escola Estadual Professor Raul Brasil, no município paulista de Suzano, e o atentado à mesquitas na Nova Zelândia, que deixaram 49 mortos.
O acadêmico brasileiro Gabriel Zacarias, da Unicamp, é um estudioso sobre o tema, tendo publicado livros e artigos sobre o assunto. Ele identifica que o roteiro desses episódios é quase sempre o mesmo, sendo mais comum em escolas dos Estados Unidos, além de atentados frequentemente ocorridos na Europa.
Em muitos dos casos verifica-se a existência de sentimentos mal resolvidos na mentalidade dos atiradores, principalmente de cunho alienativo, além de frustrações. Crises de masculinidade são rotineiras nessas situações.
O desejo por armas torna-se, a partir de então, uma maneira de exibir para as demais pessoas virilidade, optando muitas das vezes por fazer fotos ao lado desses instrumentos, na intenção de passar uma autoimagem de guerreiro e valentia.
Além disso, após a consumação do plano, na maioria das vezes ocorre o suicídio dos autores, que optam por tirar suas próprias vidas. Com esse padrão comum, os pesquisadores do tema apontam a possibilidade de usar esses dados a favor da prevenção de futuros episódios semelhantes.
Na maioria dos casos, os assassinos costumam ser do sexo masculino, jovens, com certa dificuldade de relacionamento social e, embora não se verifiquem casos anteriores de violência, amargam consigo mesmo um determinado sentimento de revolta para com a sociedade e comunidade onde viviam.