A imagem de Talita Cristina Oliveira, de 15 anos, sendo resgatada do meio dos rejeitos de lama e minério de ferro, após rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, no dia 25 de janeiro, rodou o mundo antes mesmo que seu nome fosse divulgado.
Ela estava em casa, com a irmã e a sobrinha, quando a barragem rompeu. A irmã se salvou. A sobrinha morreu. Talita foi internada em estado grave. Depois de semanas no Pronto Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, ela agora se recupera em um hospital de Betim, Região Metropolitana da capital do estado.
Alessandra, irmã de Talita, e seu marido, José Antônio, estão hospedado em um hotel desde a tragédia. “A gente não tem perspectiva de nada. Nem sei por onde começar. Minha mulher só chora. A gente está aqui nesse hotel com a vida paralisada”, disse José, em entrevista ao G1.
Talita estava na casa da mãe havia quatro dias quando a barragem se rompeu e a vida de todos eles mudou radicalmente. Ela tinha ido morar com a irmã, cunhado e sobrinha, que tinha 14 anos, porque a mãe havia falecido fazia quatro meses.
Até a última segunda-feira (25) não havia ainda previsão de alta para Talita. Ela começou a dar os primeiros passos após a tragédia com a ajuda de um andador. A adolescente quebrou bacia e fêmur ao ser engolida pela onda de lama. Uma infecção ainda está sendo tratada.
O rompimento da barra deixou um saldo de, até agora, 214 mortes confirmadas até a última segunda. Dezenas de pessoas seguem desaparecidas e as equipes de resgate ainda trabalham nas buscas.