Michel Temer tornou a virar réu em um caso de corrupção passiva, que passa a tramitar a partir de agora na 15ª Vara Federal do Distrito Federal. O objetivo é investigar o seu envolvimento em propinas relativas à empresa JBS.
A denúncia, apresentada pelo Ministério Público Federal do DF, foi entregue ao juiz Rodrigo Parente Paiva Bentemuller. Em sua defesa, o político do MDB sempre afirmou que nunca teve qualquer tipo de envolvimento com a situação.
A história ficou nacionalmente conhecida como o “caso da mala dos quinhentos mil reais”. Isso se deu após ser amplamente divulgado pelo país as imagens do ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures, recebendo uma mala com a quantia vinda da empresa.
As investigações apontam ainda que essa mala seria apenas a ponta do iceberg: ao longo de nove meses, são estimados repasses corruptivos que somam a astronômica quantia de 38 milhões de reais.
Em sua declaração, o juiz afirma serem os relatos e documentos apreendidos pelos agentes durante o processo de investigação a prova material do crime imputado.
Michel Temer encontra-se em uma situação bastante complicada. A denúncia foi relatada no ano de 2017, quando ele ainda estava no Planalto, pelo então procurador-geral da República, à época, Rodrigo Janot.
Como era o presidente da República, ele detinha foro privilegiado, fazendo com que o Supremo Tribunal Federal tivesse que passar a investigação para a apreciação da Câmara dos Deputados. Os parlamentares, na oportunidade, resolveram impedir o prosseguimento da denúncia.
Agora, com sua saída do Planalto, a acusação pode avançar, tendo passado pela primeira instância até o momento. Esta semana, o MPF-DF reiterou a acusação na Justiça Federal, que deu aceitação nesta quinta-feira (28).