Lollapalooza é acusada de usar ‘mão de obra escrava’ para trabalhar no evento; saiba tudo

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A edição deste ano do festival musical Lollapalooza, que ocorre em São Paulo, teve início nesta sexta-feira (5), e atraiu milhares de pessoas que acompanham de perto grandes astros e estrelas do mundo da música.

Entretanto, o evento está sendo alvo de críticas nas redes sociais, após uma denúncia feita pelo jornal Folha de São Paulo. De acordo com as informações apuradas, os organizadores teriam contratado moradores de rua para trabalharem na montagem dos palcos, em jornadas de trabalhos extensas, de 12 horas, em troca de apenas R$ 50.

O valor é muito ínfimo em comparação aos direitos trabalhistas assegurados no país, aumentando ainda mais a revolta de muitas pessoas quando se compara o valor pago aos trabalhadores com o preço dos ingressos, que variam de R$ 800 a R$ 1400.

Para apurar essa denúncia, a Folha entrevistou alguns desses trabalhadores. Segundo relatos, os organizadores do evento fariam o recrutamento 15 dias antes e 15 dias depois do evento, para a montagem e desmontagem das estruturas.

Além dos R$ 50, um único marmitex de comida era oferecido, em troca de uma jornada de 12 horas de trabalho diárias. A situação poderia enquadrar-se em condições de trabalho análogas à escravidão.

Para se dirigirem até o local de trabalho, vans fariam o transporte. Um dos entrevistados alegou dormir em abrigos, e poucos dos contratados possuíam documentos que pudessem comprovar a prestação do serviços, embora nenhum deles tivessem a carteira assinada.

O padre Júlio Lanceloti, da Pastoral do Povo de Rua, conhece bem o dia a dia desses profissionais de carga e descarga, e alegou em suas redes sociais que o valor mínimo que geralmente é pago para essa atividade é de R$ 100 para cada 12 horas de trabalho.