Angustiada, freira implora por ajuda: ‘Estão feridos, doentes e com fome’

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Desde o dia 22 de fevereiro a fronteira entre Brasil e Venezuela está fechada. Mesmo assim, muitos imigrantes venezuelanos buscam refúgio por causa da grave crise política e econômica da Venezuela.

Eles chegam ao Brasil com o que podem carregar, uma mochila, uma mala e com crianças. O que eles tem em comum é que todos estão com fome e muitos estão sem se alimentar há dias.

“As pessoas dizem que pelo menos aqui (no Brasil) eles podem conseguir comida e remédios e seus filhos podem ir à escola”, disse a irmã Ana Maria da Silva, membro das Irmãs de San José de Chambéry que trabalha nesta cidade fronteira entre Brasil e Venezuela.

Estima-se que cerca de 300 a 400 imigrantes por dia cruzem a fronteira pedindo socorro. O governo brasileiro está ajudando com moradia, transporte e alimentação, mas o Brasil está sobrecarregado, bem como as organizações da Igreja Católica.

As famílias chegam com bebês e crianças muito doentes e debilitados. Eles chegam de viagens de ônibus e a pé, onde percorreram longos caminhos debaixo do sol escaldante, com a esperança de que possam ficar no Brasil para trabalhar.

A irmã Ines Arciniegas, missionária da Consolata da Colômbia está muito angustiada e pede ajuda? “Não é fácil aqui”. Cerca de 3,5 milhões de venezuelanos já deixaram a terra natal, e a tendência é aumentar esse número, porém nenhum país está preparado para receber tanta gente.

A Igreja conta com a ajuda de muitos trabalhadores, que relatam que há muitas pessoas procurando empregos e muitas crianças com necessidades especiais, frequentemente desnutridas e com muito tempo sem ir ã escola.

Diariamente os venezuelanos se aglomeram no portão do escritório do ministério pastoral diocesano de Boa Vista, em Roraima, implorando ajuda. A irmã Valdiza Carvalho pede ajuda para os imigrantes.”Muitos estão feridos, doentes e com fome, mas a população em geral e o governo brasileiro tem ajudado como pode“, relata.

Os trabalhadores da igreja dizem que a população e as comunidades religiosas podem fazer mais. É preciso parar com a discriminação e oferecer mais assistência necessária. “É possível, e não custa muito”, disse Pereira de Oliveira. “Essas pessoas vêm contribuir com o trabalho para o país. Esse é um aspecto positivo da migração”