As declarações polêmicas da família Bolsonaro não são exclusividade do patriarca, o Presidente da República, Jair Bolsonaro. Os filhos dele, também políticos, colecionam uma série de inimizades e contendas, sobretudo após a posse do pai no Palácio do Planalto no início de 2019.
A mais recente fala que causou na imprensa foi proferida pelo caçula de Jair, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Nesta terça-feira (14), durante audiência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados – da qual Eduardo é presidente – ele falou sobre a importância de armas nucleares com representantes da Escola Superior de Guerra, que forma alunos da Marinha, Exército e Aeronáutica.
Eduardo Bolsonaro disse que o Brasil só será respeitado pelas demais nações se investir em poderio bélico e nuclear, principalmente, equipando as Forças Armadas. Afirmou, ainda, que as armas nucleares “garantem a paz”.
“São as bombas nucleares que garantem a paz. Eu sou entusiasta desta visão. O terrorista, o sanguinário e o ditador criminoso só respeitam uma coisa: a força. Eu espero que o politicamente correto não vença essa batalha e a gente tenha um programa para reestruturar as Forças Armadas”, declarou Eduardo Bolsonaro.
O deputado criticou, ainda, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP). Trata-se de um documento que vigora internacionalmente desde 1970 e, atualmente, conta com a adesão de 189 países. O Brasil se tornou signatário deste acordo em 1998, durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
“Se nós tivéssemos no Brasil um poder bélico maior, talvez fôssemos levados mais a sério pelo (Nicolás) Maduro ou temidos por Rússia e china. Se o Brasil quiser atropelar essa convenção (o TNP) terá uma série de sanções. Acredito que esse tema possa voltar a debate aqui (na comissão) um dia”, completou o deputado.
Vale lembrar que Eduardo Bolsonaro já abordou o assunto em defesa da manutenção das armas nucleares, em 2016, em um vídeo nas redes sociais.