O dia amanheceu nublado em Belo Horizonte e mais uma chuva já era esperada quando, por volta de 15 horas, quem estava passando pela região de Venda Nova, próximo ao córrego Vilarinho, foi surpreendido por uma tempestade que provocou medo e desespero. O susto foi grande porque em novembro do ano passado, quatro pessoas morreram na mesma região, vítimas das fortes enxurradas.
O Corpo de Bombeiros esteve no local para atendimento às ocorrências e não registrou vítimas. Segundo a Defesa Civil, em pouco mais de uma hora choveu em torno de 53 milímetros, o dobro esperado para o mês.
Na manhã desta quinta-feira (15), a instituição alertou a população pelas redes sociais sobre a ocorrência de pancadas de chuvas até as 8 horas do dia 16. Às 15 horas, o alerta foi para o risco de inundação e às 16 horas, comunicou o risco de transbordamento dos córregos Brejo do Quaresma, Bezerra e Lagoinha, e também que as pessoas evitassem trafegar nas ruas próximas a estes córregos, adotando medidas de autoproteção.
Desta vez, as regiões mais atingidas foram: Venda Nova, Nordeste e Norte. Nas regiões Centro-Sul e Oeste, onde costumam ocorrer vários alagamentos, choveu pouco.
A Defesa Civil informou também o volume de chuva nas regionais: Barreiro – 2,6; Centro Sul – 0,4; Leste – 9,0; Nordeste – 47,2,. Noroeste – 2,0; Norte – 42,0; Oeste – 0,8; Pampulha – 24,8; e Venda Nova – 53,2.
O metrô continuou operando normalmente, mas ainda há que se ter muita cautela para transitar em BH nos próximos dias. As pancadas de chuvas e a diminuição da temperatura podem continuar devido a uma frente fria que está vindo da região Sul do país.
BH tem cerca de 90 áreas com risco de alagamento
No período chuvoso, que vai de março a outubro, a população e as autoridades passam por um verdadeiro dilema. É só começar a ventar mais forte para que a cidade fique vulnerável aos estragos causados pelas águas e os ventos fortes: árvores caídas, deslizamentos de encostas, bueiros entupidos, carros arrastados, pessoas afogadas, regiões inundadas e muito prejuízo.
O lixo descartado nas vias públicas, córregos e encostas, e o relevo acidentado de Belo Horizonte são os principais fatores que favorecem as enchentes.
De acordo com a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), a capital mineira possui cerca de 90 áreas com risco de inundação, sendo a de Venda Nova, a mais preocupante. Outros endereços que tem recorrência do mesmo problema são as avenidas Francisco Sá, Tereza Cristina, Bernardo Vasconcelos e Cristiano Machado.
Os pontos de riscos, geralmente, são sinalizados com placas indicando perigo para que os belorizontinos fiquem atentos e os alertas são comunicados pela Defesa Civil por meio das redes sociais (@defesacivilbh). Os cidadãos também podem informar ocorrências e solicitar vistorias pelo telefone 199.