Odair Chagas de Lima é de Itanhaém no litoral de São Paulo, mas se mudou para Guarulhos por causa do desemprego. A situação não mudou muito, ele não conseguia trabalho em Guarulhos e precisou catar material reciclável para sobreviver.
Todos os dias Odair caminha pelos bairros da cidade, uma rotina que se estende há 15 anos. O catador disse que o maior problema que enfrenta é o preconceito das pessoas que olham para ele como se ele fosse o lixo, mas as dificuldades da profissão não desanimaram Odair, que conseguiu dar a volta por cima, hoje aos 68 anos ele exibe orgulhoso a casa que construiu juntando recicláveis na rua.
Odair revela que o trabalho é difícil, ele enfrenta sol, chuva e o preconceito das pessoas, mas ele simplesmente segue o seu caminho e continua seu trabalho.
Odair hoje é aposentado, catar recicláveis é sua segunda renda, mas foi com esse dinheiro que ele conseguiu aos poucos construir sua casa
Ele não vende o que cata de imediato, prefere juntar o material reciclável e vende uma vez por ano. O catador pesquisa os preços e só vende quando descobre que o preço está bom e o material que vai juntando rende a ele um bom dinheiro que é investido em sua casa.
Ele disse que consegue juntar para vender uma vez ao ano duas toneladas de plástico e consegue tirar em média de 6 a 7 mil reais.
Odair trabalha duro. Para ele não há férias e muito menos dias de folga, ele trabalha de segunda a segunda com sol ou com chuva. Para o trabalho ele conta com uma bicicleta e muita disposição, quando o dia inicia Odair pega sua bicicleta e só volta para casa com muito reciclável para guardar.
Na praia ele consegue muitos materiais recicláveis que são jogados ao chão pelos banhistas. É tanto trabalho que ele acaba perdendo a hora, mas além de ganhar seu dinheiro ele sabe que ainda está ajudando a limpar a cidade.
No muro de sua casa há uma placa fixada que diz: ‘esta casa foi feita com reciclado’.
Orgulhoso, o idoso mostra a conquista de seu trabalho duro. Odair já foi pedreiro e porteiro de prédio, hoje não troca a vida de catador por outro serviço, seu serviço o faz feliz e as pessoas que o conhecem e sabem de sua luta o chamam de joão-de-barro porque foi construindo sua casa pouco a pouco como o pássaro.