A CPI do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve indiciar vários políticos, agentes públicos e empresários a partir das informações dadas pelo ex-ministro Antônio Palocci. Ele afirmou que o ex presidente Lula separou parte de uma propina reservada ao partido dos trabalhadores para financiar campanhas eleitorais no exterior.
Por causa da grande quantidade de informações, o presidente da CPI que investiga empréstimos concedidos pelo BNDES à empresas brasileiras que também atuam no exterior, vai pedir a prorrogação da comissão por mais 60 dias. Os trabalhos só devem ser concluídos no início de outubro.
Na próxima terça (9), a CPI vai ouvir os ex-marketeiros do PT, João Santana e Mônica Moura. A CPI argumenta que o casal atuou em eleições de vários países que receberam financiamento do BNDES.
Essa semana, Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil nos governos do PT, prestou depoimento na CPI do BNDES. Palocci afirmou que grandes empresas como a Odebrecht e a JBS só conseguiram empréstimos junto ao BNDES porque doaram dinheiro para as campanhas eleitorais do PT. O depoimento de Palocci na CPI durou 5 horas e foi fechado. Segundo o ex-ministro, o ex-presidente Lula rebaixou a nota de risco em Angola para que o BNDES pudesse aumentar a linha de crédito para obras da Odebrecht no país africano. A manobra política teria feito com que empréstimos saltassem de 600 milhões de reais para 1 bilhão de reais. O PT teria lucrado com isso 60 milhões de reais em propina.
Nos últimos dias, surgiu em diversos órgãos da imprensa a informação de que Palocci acusou o ex-presidente Lula de desviar parte desse dinheiro do PT para financiar campanhas eleitorais no Peru e na Bolívia. Segundo o presidente da CPI, o depoimento de Palocci ja é indício suficiente para que a comissão peça o indiciamento de várias pessoas.