No Brasil, não existe pena de morte, ainda que muitas pessoas acreditem que deveria existir. Nesta semana, o site da Revista Época surpreendeu ao dar destaque à uma carta e também uma entrevista com um detento brasileiro. O homem de 50 anos está em uma penitenciária de São Paulo e não pode ter o seu nome revelado, em acordo com uma decisão judicial.
Ele entrou em contato com a Revista para dizer que tem a vontade de ser executado pelo estado. A mensagem foi enviada em abril à revista que, na sequência, entrou na justiça e conseguiu uma entrevista com o detento. “Quero que o Estado me mate. Quero ser o primeiro preso executado do Brasil”, diz o homem em um trecho da sua carta divulgada na versão online da revista.
Em cerca de três horas, o homem contou que desperdiçou quase toda sua vida na prisão, além de ter lembrado os seus crimes. Após ficar anos pagando pelos crimes, ele não quer mais viver. Para o detento, a melhor alternativa seria mesmo o que existe nos Estados Unidos em alguns estados, que é a execução.
Atualmente, nos EUA, os estados que praticam execuções de presos apenas o fazem em casos bárbaros e, no geral, após muita discussão, tanto da justiça, quanto também pela sociedade. O modo mais comum de se matar um preso hoje é a injeção letal, ainda que em alguns lugares se use até os dias atuais a temida cadeira elétrica.
“Sei que a Constituição Federal não permite a pena de morte, mas quero começar essa discussão. Sou soropositivo há 33 anos, tenho hepatite C. Minha pena é draconiana, impossível de cumprir. Não estou louco“, garante o homem.