Descontente com o posicionamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) com o caso Adélio Bispo, autor do atentado à faca que o levou para a UTI durante a corrida presidencial em 2018, Jair Bolsonaro fez críticas ao órgão. Entre as suas principais queixas está o fato da OAB não ter autorizado a Polícia Federal a acessar os telefones celulares dos advogados de Adélio.
“Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto”, diparou Bolsonaro, numa crítica direta a Felipe Sant Cruz. Segundo o presidente, o pai de Felipe era integrante da Ação Popular Marxista-!eninista, um grupo revolucionário violento que atuava contra os militares.
Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, pai de Felipe, estudava direito e trabalhava no Departamento de Águas e Energia Elétrica, em São Paulo. Ele desapareceu em 1974, após ter sido levado para o DOI-CODI, no Rio. Na época Felipe Santa Cruz tinha apenas 2 anos.
Arquivos da Comissão da Verdade alegam que Fernando Augusto não participou de lutas armadas, além de ter emprego e endereços fixos.
Adélio Bispo
Por ter sido diagnosticado com transtornos mentais, o autor do atentado foi considerado inimputável e o juiz responsável optou pela absolvição imprópria (quando a autoria do crime é confirmada, mas o acusado é considerado sem condições de entender que estava cometendo um crime). Bolsonaro poderia recorrer da decisão, mas não se pronunciou. Sem protesto da vítima e do Ministério Público, a 3ª Vara Federal de Juiz de Fora deu o caso como encerrado.
“Adélio se deu mal. Eu não recorri porque se recorresse ele seria julgado não por homicídio, mas tentativa de homicídio, em um ano e meio ou dois estaria na rua. Como não recorri, agora é maluco o resto da vida. Vai ficar num manicômio judicial, é uma prisão perpétua”, explicou Bolsonaro.