Na noite desta última sexta-feira (23) a Rede Amazônica constatou um paredão de fogo que se estendeu por mais de 100 metros. O cenário se tornou ainda mais destruidor por conta da vegetação seca e do vento que ajudaram a espalhar as chamas para uma área que equivale a 10 campos de futebol. Isso aconteceu no Acre, na cidade de Senador Guiomard, que fica a 24 quilômetros da capital do estado.
As chamas duraram cerca de 4 horas e aos poucos a força do fogo foi diminuindo e encerrado ainda na noite do mesmo dia. Por conta da precariedade da fiscalização no período noturno, este é o horário que mais tem queimadas na região. Pela dificuldade no acesso, o Corpo de Bombeiros demora a chegar a tempo.
As pessoas que convivem com constantes queimadas estão reclamando da falta de fiscalização e também da punição precária quase inexistente para quem comete crimes ambientais. Francisco Barroso é um dos moradores que moram perto dos focos de incêndio, ele concedeu uma entrevista e na ocasião reclamou sobre o ocorrido.
“Todo ano acontece esse tipo de coisa aqui, só que a gente não consegue detectar quem é o responsável, mas todo ano é a mesma coisa e ninguém é punido. A gente tem que se reunir e tentar apagar o fogo e as pessoas, que se dizem fiscais para fiscalizar, nunca aparecem para fazer nada, não notificam ninguém”, disse Barroso.
O filho do morador, Alef Pereira, disse que não há muito o que fazer uma vez que o tempo seco ajuda com que as chamas se espalhem com mais facilidade. A Secretaria do Meio Ambiente diz que o número de incêndios aumentou muito em comparação com 2018. Desde janeiro já foram registradas 2.498 queimadas, em 2018 o número foi de 852.
Nesta sexta-feira, o governo decretou estado de emergência por conta das queimadas na região, este ato visa aumentar ainda mais os combates ao fogo e também a fiscalização no local. O secretário de Meio Ambiente, Irsael Milani, disse que vai levar o ocorrido para o governo federal para angariar recursos para o estado, como brigadas e materiais de combate ao fogo.