No Brasil, é comum ver muitas mulheres nos estádios de futebol. Aqui e em muitas outras partes do mundo, a presença feminina é algo bem comum, embora a maioria do público que acompanhe futebol seja masculino.
Qualquer mulher brasileira tem a liberdade de ir ao estádio acompanhar seu time de coração. No Irã, um dos países mais fechados do mundo, a realidade é outra. Mulheres são proibidas de ir aos estádios de futebol e passar por cima dessa lei pode significar condenação.
A jovem Sahar Khodayari, de 29 anos, tentou entrar no estádio do seu clube, o Esteghlal Teerã, no dia 12 de março, para acompanhar uma partida. Ela vestia um longo casaco para não ser descoberta, mas acabou sendo e foi presa.
Sahar foi liberta dias depois, após pagar fiança. O julgamento da jovem estava marcado para o dia 1º de setembro e ela poderia pegar até seis meses de prisão. Em frente ao Tribunal Revolucionário Islâmico do Teerã, Sahar tomou uma decisão suicida.
A mulher jogou gasolina sobre o seu próprio corpo e ateou fogo. Ela foi socorrida e ficou internada até esta terça-feira (10), quando não resistiu e morreu em decorrência das graves queimaduras.
A morte de Sahar mexeu com a sociedade iraniana. O caso está repercutindo internacionalmente. De acordo com as denúncias que vem do Irã, a família foi alertada a não falar com a imprensa sobre o ocorrido.
Sahar está sendo chamada de a “Garota Azul” e iranianas procuram, por meio das redes sociais, divulgarem a morte da torcedora apaixonada que tirou a própria vida por causa do risco de condenação por ter ido ao estádio.