O artista plástico Eugênio Fiúza de Queiroz teve sua vida revirada. Tudo começou a mudar na vida pacata e feliz que levava em agosto de 1995. O homem foi preso na praça do bairro Colégio Batista, em Belo Horizonte, enquanto conversava com a namorada.
A prisão foi arbitrária porque ocorreu sem mandado de prisão. A alegação que se deu é que Eugênio havia sido conhecido por uma das vítimas de uma série de estupros que ocorreu na capital de Minas Gerais.
Eugênio foi levado à delegacia, outras vítimas o reconheceram como autor e sua vida virou de cabeça para baixo. Artista plástico, ele alega que confessou o crime após sofrer tortura psicológica e física.
O homem ficou preso por 18 anos, até 2013, sem ter cometido crime algum. O verdadeiro autor dos estupros, Pedro Meyer (à esquerda na foto abaixo), o “maníaco do Anchieta”, foi preso em 2012. Preso, Eugênio (à direita) perdeu o contato com a família. Após deixar a cadeia, ele descobriu que a mãe e cinco irmãos haviam morrido.
Agora, a 5ª Vara da Fazenda Estadual, o sob o comando do juiz Rogério Santos Araújo Abreu, concedeu uma vitória a Eugênio. Ele será indenizado em R$ 3 milhões pelo estado de Minas Gerais.
Além disso, receberá cinco salários mínimos mensais como complementação de renda. Eugênio também vai receber essa quantia de forma retroativa, contando da data em que foi preso, em agosto de 1995. Apesar do dinheiro que vai receber, nada trará de volta os familiares que morreram, em especial a sua mãe, o afastamento do filho por 18 anos, e o tempo em que ele ficou preso.