Uma menina de 11 anos morreu desnutrida em Ubatuba, São Paulo e a polícia acredita que ela era obrigada a fazer jejum para pagar por seus ‘erros’, a mãe e o padrasto da vítima já foram presos. O delegado responsável pelo caso encontrou o diário da criança, onde ela descrevia sua triste rotina, onde era obrigada a fazer jejum, orar o tempo todo e também fazer exercícios físicos.
O caderno com as anotações foi apreendido no apartamento em que a menina morava com a mãe, o padrasto e também um irmão de 8 anos no centro da cidade. A polícia não revelou detalhadamente o conteúdo do diário que a vítima escrevia, pois o mesmo será usado durante a investigação.
Ricardo Mamede, delegado responsável pelo caso, informou ao G1 que o jejum era uma imposição do padrasto, ele deixava a criança com fome quando ela mentia ou fazia algo de errado. A vítima chegou a pedir à mãe que lhe desse comida porque não aguentava mais de tanta fome, mas a mulher negou. Por dois dias a vítima ficou sem comer nada, podia somente beber água e isto teria causado sua morte.
“Com as buscas, encontramos o diário relatando a rotina, que era jejuar, orar e fazer exercícios frequentes. Flexão, abdominal e mesmo sem alimento, ela era obrigada a fazer exercícios”, disse Ricardo Mamede.
A polícia encontrou um outro caderno no apartamento e nele se encontrava a justificativa que o casal daria às autoridades. Quando a criança chegou ao hospital já estava sem vida e os médicos imediatamente acionaram as autoridades.
Segundo as investigações, o casal pretendia dizer que a menina tinha anemia e os médicos do hospital foram os culpados pela morte dela. O padrasto chegou a afirmar que a purificação só é alcançada através de jejum. A mãe começou mentindo, mas depois decidiu dizer toda verdade. Ambos estão presos e o menino de 8 anos sob os cuidados do Conselho Tutelar.