O grupo Porta dos Fundos recebeu uma série de críticas nos últimos dias, após o lançamento de um especial de Natal na plataforma de streaming Netflix, o qual satiriza a imagem de Jesus Cristo.
Na produção, o Messias surge como um homem gay, que se envolve afetivamente com um rapaz, após retornar do jejum no deserto que durou 40 dias. Os cristãos iniciaram uma enorme mobilização, julgando uma ofensa aos preceitos religiosos.
A opinião do deputado federal Eduardo Bolsonaro foi uma das que ganharam maior repercussão. O político se irritou pela abordagem da figura de Cristo como sendo um homossexual, que em rebeldia se recusa a transmitir as palavras de Deus, seu Pai, em uma distorção das histórias Bíblicas.
Em resposta a essas declarações, Gregório Duvivier, intérprete de Cristo na esquete humorística, escreveu um texto em primeira pessoa, como se fosse o próprio Messias que estivesse transmitindo a mensagem. Ele afirma que existem coisas muito piores que irritam o Filho do Homem no momento, tais como pessoas desempregadas que seguem contribuindo com o INSS.
O humorista prossegue em tom irônico, e em determinado momento diz que Cristo também seria da “turma da zoeira“, não se importando com brincadeiras deste tipo: “Eu era da turma do fundão. Muita coisa que eu disse, inclusive, foi mais pela zoeira. Esse negócio de passar camelo em buraco de agulha, por exemplo, em aramaico o pessoal se escangalhava de rir. Aquela brincadeira de transformar água em vinho era trote”, diz o texto.
Duvivier também não parece estar preocupado com as ameaças de processos judiciais. Em um tom bastante afrontoso, destaca que Cristo jamais teria se preocupado em processar alguma pessoa, enquanto esteve em sua passagem na Terra.