O ano de 2019 deixou no país a memória da tragédia de Brumadinho, cujo rompimento da barragem da companhia Vale deixou centenas de vítimas fatais. Os reflexos ainda persistem judicialmente, e novas denúncias estão sendo feitas contra a empresa, vindas do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG).
De acordo com a denúncia, a Vale mandou matar ao menos 20 animais da espécie javaporco, um cruzamento entre javalis e porcos domésticos. Eles eram de propriedade dos moradores de Barão de Cocais, região Central de Minas Gerais, palco da tragédia. De acordo com o MPMG, o extermínio aconteceu no último dia 30 de dezembro.
Os animais sobreviveram após serem resgatados da zona de autossalvamento, em fevereiro. Eles estavam na propriedade de moradores cujos imóveis estavam sob risco, em decorrência da possibilidade de rompimento da barragem Sul Superior da Mina de Gongo Soco, pertencente à companhia Vale.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, houve total descumprimento da Vale ao Termo de Ajustamento de Conduta, firmado em maio deste ano. Pela palavra dos promotores de Justiça: “A eutanásia dos animais pela mineradora durante o recesso forense se mostrou precipitada e impediu a viabilização de soluções alternativas“.
A empresa já havia solicitado judicialmente a permissão para a eutanásia dos animais. Em sua defesa, a Vale alega que a morte dos animais ocorreu em conformidade com um parecer feito pelo Ibama. Os motivos que levaram à decisão de matar os animais não foram divulgados.