Thelma, a nova líder do BBB20, vem chamando atenção dos telespectadores do reality show por conta de suas condutas dentro da casa, ganhando a torcida de grande parte do público, incluindo muitas famosas, como Anitta, Iza, Ludmilla e Gleici, vencedora da edição de 2018. Vencendo ou não o grande prêmio de R$ 1,5 milhão, a médica anestesiologista e passista de escola de samba de 35 anos já é uma grande campeã em sua vida.
A sister nasceu e foi criada na periferia de São Paulo, no bairro Limão. Quando tinha apenas três dias de vida, foi rejeitada pela mãe biológica e adotada pela funcionária pública Yara Assis, atualmente com 70 anos, juntamente com o marido gráfico Carlos Alberto de Assis. O casal tinha o sonho de ter um filho, após perderem o primeiro.
“Ela chegou a mim muito frágil e raquítica. Tanto que, se ela tivesse num berçário para adoção, ninguém ia querê-la”, lembra a mãe, afirmando que a família nunca teve contato com a mãe biológica da sister, e nem a conhece.
Sonho de ser médica
Desde pequena, os pais se recordam que Thelma tinha o sonho de ser médica. Apesar da família ser humilde, sempre se esforçaram para que a filha pudesse ter uma boa educação, e ela estudou em escola particular até o fim do ensino médio. Por causa do balé, conseguiu uma bolsa de 50% em um curso pré-vestibular.
Thelma estudou por três anos, dia e noite, para conseguir realizar o grande sonho de ser médica. Para ajudar os pais a pagar a mensalidade, dava aulas de balé e distribuía panfletos na rua. “Teve um mês que, ou eles pagavam a luz, ou o cursinho. A luz foi cortada”, conta o marido, o fotógrafo Denis Cord.
O esforço valeu a pena, e após três tentativas Thelma conseguiu uma bolsa de 100% para cursar medicina, além de ganhar um incentivo de R$ 300 do governo. Apesar da dificuldade para a compra dos materiais, incluindo os caros livros, conseguiu se formar, e guarda para sempre consigo a gratidão para com os pais.
Em agosto do ano passado, enquanto participava do processo de entrada ao BBB, recebeu a drástica notícia da morte de seu pai, vítima de uma árdua batalha de nove anos contra um câncer no pulmão. Desde então, ela trouxe Dona Yara para viver com ela no mesmo prédio, pagando todas as despesas.
O marido conta que Thelma é vítima constante de racismo estrutural. Por várias vezes é confundida como funcionária de lojas, já sofreu enquadros da polícia e muitas das vezes os colegas não a reconheceram como médica, mas auxiliar. Ao entrar nos hospitais, costuma ser recepcionada como técnica em enfermagem, e dificilmente como médica. “Mas ela não abaixa a cabeça e fica revoltada”, completa o marido.