O cenário de guerra dos coveiros, que abrem valas para enterrar vítimas de coronavírus no Brasil

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Como é o trabalho dos coveiros em tempos de coronavírus no Brasil? A Época foi até ao Cemitério Vila Formosa, o maior da América Latina, que fica localizado na Zona Leste paulistana. No local, em apenas um dia, a quarta-feira, 25 de março, foram 19 pessoas enterradas no local, todas com suspeitas da Covid-19. Esse é o nome da doença causada pelo novo coronavírus .

Existe todo um protocolo especial, que separa os enterros comuns e enterros das vítimas com suspeita da Covid-19. Primeiro, os coveiros recebem um documento com a sigla D3. Esse documento no atestado funerário traduz como será o velório. A cerimônia não pode passar de 10 minutos e, durante todo o tempo, o caixão fica lacrado.

Além disso, no máximo dez pessoas podem acompanhar esse tipo de cerimônia, ainda que no mundo inteiro não há relatos de aglomerações diante de vítimas de coronavírus. Pelo contrário, há casos onde nenhum familiar vai ao enterro, justamente, para evitar ficar contaminado com o vírus. 

Morreu com mais de 60 anos e teve como causa do falecimento insuficiência respiratória, a gente já carimba D3”, revelou, ao site da revista Época, um funcionário do Serviço Funerário do Município de São Paulo. Os coveiros, que fazem as valas para os enterros acontecerem, também têm todo um aparato diante desse momento.

Eles usam trajes especiais, evitando que também sejam contaminados pelo vírus. Além de um traje vedado, agora os coveiros usam luvas duplas e uma máscara no rosto. Tudo para evitar qualquer possibilidade para ficar livre da doença.