Bolsonaro passou por uma semana tensa, onde suas declarações estão lhe custando um visível isolamento político, muito semelhante da época em que era deputado, mas com a diferença que na condição de presidente da República, ele precisa de apoio para governar e eventualmente investir em uma reeleição.
Na última sexta-feira, durante entrevista sobre a pandemia do coronavirus, ele declarou: “O Brasil tem que trabalhar. O maior remédio pra qualquer doença é o trabalho. Temos que trabalhar”.
Jair ainda salientou, em conversa com José Luís Datena, que no seu entender, a quarentena é abusiva. De acordo com o chefe do Estado brasileiro, a prevenção contra o coronavírus pode ser feita isolando apenas idosos e portadores de doenças crônicas, mas mantendo o restante da população saudável trabalhando e estudando normalmente.
A fala do presidente, entretanto, contrasta até mesmo com o vice, Hamilton Mourão, e de seu próprio ministro da saúde, Henrique Mandetta, que pedem que as pessoas sigam as recomendações das autoridades de saúde. Após ser questionado sobre o pensamento distinto de Mourão, Bolsonaro chegou a responder aos jornalistas: “O presidente sou eu, pô”, dando ênfase que quem toma das decisões é ele e não seu vice.
Indignado com a quarentena, o presidente chegou a discutir com o governador de São Paulo, João Dória, durante uma reunião virtual nessa semana, algo que aumentou seu isolamento político. De acordo com publicação do El País, a base militar do governo já acenou apoio a Mourão, caso ele se torne o novo presidente por conta de uma renúncia ou impeachment de Bolsonaro.