Sergio Moro não é mais ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro. Nesta sexta-feira (24), em uma longa entrevista coletiva, o ex-ministro anunciou que está deixando o cargo e teceu críticas, de maneira respeitosa, ao presidente da República.
A gota d’água para a saída de Moro foi a exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal. O anúncio oficial foi feito nesta sexta e Moro afirmou na coletiva que ficou sabendo da confirmação da saída de Valeixo pelo Diário Oficial da União.
Antes de anunciar com todas as letras que estava fora do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro falou sobre diversos assuntos e criticou a interferência política na Polícia Federal. Moro, inclusive, elogiou, sem citar nomes, a ex-presidente Dilma Roussef (PT).
“Foi garantida a autonomia da Polícia Federal durante as investigações. O governo da época (Dilma Roussef) tinha inúmeros defeitos, crimes de corrupção, mas foi fundamental a manutenção da autonomia da PF para que fosse realizado o trabalho”, afirmou o agora ex-ministro.
Sergio Moro foi o responsável por condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da operação Lava Jato. Lula foi condenado a nove anos e seis meses. Em seguida, com a condenação em segunda instância, acabou preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
Na coletiva, Moro criticou suposta interferência política na Polícia Federal e anunciou que estava deixando o cargo. Moro disse também que vai descansar um pouco depois de tudo o que aconteceu. Ele afirmou que emplacou o trabalho como juiz com o de ministro da Justiça e Segurança Pública.