Colapso em Manaus: caixões empilhados e valões apontam falta de estrutura para enterros

Familiares relatam o drama para conseguir enterrar um ente querido com dignidade.

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A cidade de Manaus está sofrendo bastante com o novo coronavírus. Parentes de pelo menos 20 pessoas que perderam a vida no último final de semana, em Manaus, fizeram uma denúncia ao portal de notícias ao G1. Eles disseram que os caixões com corpos estão aguardando para serem empilhados nas valas comuns abertas em um cemitério da cidade.

Por causa da grande demanda, a prefeitura da cidade precisou reorganizar o layout das covas. O último domingo, 26 de abril, Manaus registrou o maior número de enterros realizados desde o começo da pandemia. Aconteceram 140 sepultamentos e duas cremações em 24 horas. Desse total dez casos foram confirmados positivos para o novo coronavírus.

O número de casos no estado vem crescendo e já ultrapassou 3,9 mil. Familiares de pacientes mortos relatam o drama para enterrar um ente querido. “Disseram que vão enterrar um em cima do outro e que nós devemos aceitar. Isso não é digno”, desabafou Janecy Lobato que tentava fazer o enterro digno do sogro que faleceu vítima de insuficiência pulmonar.

A prefeitura disse que os corpos vão ser enterrados em camadas e valas comuns, que são conhecidas como trincheiras, elas também serão mais fundas do que a comum. A outra opção seria a cremação. O município já havia instalado contêineres frigoríficos para poder comportar os corpos. Leonardo Garcia, que aguardava para enterrar o pai, que teria morrido de causas naturais também falou sobre as dificuldades para fazer o enterro.

Pessoas que perderam entes queridos falam sobre as dificuldades enfrentadas. Inclusive, um rapaz disse que eles estão querendo empilhar os corpos colocando um em cima do outro, pois o cemitério da cidade não tem espaço suficiente para todos.

A verdade é que o sistema está em colapso e o cemitério da cidade começa a mostrar que não tem estrutura e nem mão de obra suficiente para atender a demanda.