Coronavírus: médicos temem AVC e mudam protocolo de atendimento a paciente

A preocupação tem crescido com o aumento de relatos feitos por médicos de outros países.

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A cada dia que se passa, as novidades sobre o novo coronavírus vão surgindo. À medida que os profissionais estudam a doença, mais sintomas aparecem. Diante da percepção de que a Covid-19 provoca alterações neurológicas, podendo causar microcoágulos nos vasos sanguíneos, profissionais que atuam na linha de frente já temem casos de AVC relacionados a enfermidade.

Por causa disso, alguns hospitais já estão estudando uma mudança no protocolo de atendimento aos pacientes. A preocupação cresce a partir de relatos feitos por médicos de outras localidades. O The Washington Post divulgou uma reportagem no último sábado, 25 de abril, relatando um aumento no número de pacientes saudáveis com idades entre 30 e 40 anos que sofreram derrame cerebral e, somente depois, foi detectado o coronavírus.

Especialistas da China e médicos espanhóis também também observaram dados semelhantes. No Brasil, médicos do Rio e São Paulo identificaram esse tipo de situação pelo menos três vezes, mas ainda é necessário mais investigação, que, na expectativa dos profissionais, é que aconteça nas próximas semanas, quando a epidemia, teoricamente, atingir o pico no país.

Gabriel Freitas, neurologista, afirmou que teve um paciente que chegou na unidade hospitalar com AVC, sem apresentar outro tipo de sintoma e, somente depois, foi constatado que ele tinha coronavírus. Uma outra situação de um paciente com um pequeno derrame cerebral que ele atendeu também testou positivo para Covid-19.

Considerado a situação, alguns hospitais estão mudando o protocolo de atendimento. Todos os pacientes que apresentarem quadro de derrame serão investigados para Covid-19, explicou o especialista.

A principal suspeita é que isso aconteça porque a Covid-19 parece causar distúrbios no processo de coagulação sanguínea. Necropsias realizadas em vítimas da enfermidade revelaram a presença de coágulos pequenos nos vasos em diversas partes do corpo. Inclusive, já foram detectadas tromboses que podem chegar até ao cérebro.