Nesta sexta-feira (22), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Celso de Mello, liberou trechos da reunião ministerial apontadas pelo então ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, como provas contundentes da tentativa de interferência do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na Polícia Federal.
O encontro ocorreu no dia 22 de abril, e o mencionado trecho foi replicado durante a transmissão ao vivo do telejornal policialesco Brasil Urgente, cuja apresentação é de José Luiz Datena. Os telespectadores da TV Bandeirantes ficaram surpresos com a citação do nome da emissora paulista pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.
Em um dos trechos, o diretor afirma que a Band “queria dinheiro”, dando a entender pedidos, juntamente ao banco, de injeção de dinheiro em seus cofres. “Acho que a gente tá com um problema de narrativa. Hoje de manhã, por exemplo, o pessoal da Band queria dinheiro. O ponto é o seguinte: vai ou não vai dar dinheiro pra Bandeirantes? Ah, não vai dar dinheiro pra Bandeirantes? Passei meia hora levando porrada, mas repliquei”, disse no referido trecho.
A maneira como o presidente da Caixa se referiu à emissora fez com que Datena soltasse o verbo ao vivo. O apresentador ficou irritado e cobrou a Pedro Guimarães que ele indicasse a quem teria dado dinheiro na Band, pois certamente este funcionário seria demitido.
Ainda em tom de duro, disse que a maneira pela qual o presidente do banco se manifestou provocou uma interpretação dúbia, que poderiam resultar na prática de crime de prevaricação e respectiva punição por parte de Jair Bolsonaro, culminando na demissão do cargo que ocupa.