A cientista Jaqueline Goes de Jesus, natural de Salvador (Bahia), virou notícia no país e no mundo por coordenar, juntamente com a colega Ester Sabino, a equipe que foi capaz de sequenciar o genoma do primeiro caso de coronavírus registrado na América Latina. O mais incrível desta história é que o delicado trabalho foi concluído em apenas dois dias.
O feito protagonizado por Jaqueline será capaz de permitir, por meio de suas preciosas informações, a maneira como a epidemia se espalhou pelo país, bem como contribuir para o desenvolvimento de futuras vacinas e remédios eficazes contra o coronavírus.
Jaqueline é formada em biomedicina pela escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e pós-doutoranda no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo da USP (IMT-USP). Os seus trabalhos na área se iniciaram há dez anos, como estudante de iniciação científica na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da Bahia, com projetos que envolviam retrovírus.
A contribuição de Jaqueline para o país é muito grande. Ela já estudou comportamentos de vírus que assolam nosso país, tais como o HIV, além ter feito o sequenciamento do zika vírus, fora os outros trabalhos prestados com vigilância genômica dos arbovírus causadores da chikungunya, febre amarela e dengue.
A fama repentina fez com que o número de seguidores nas redes sociais crescesse de maneira avassaladora. Em pouco tempo passou de poucas centenas para mais de 167 mil no Instagram. Segundo ela, o intuito é utilizar a web para divulgar os seus trabalhos e pesquisas na área.
Ainda pelas redes sociais, Jaqueline é ativista da causa a favor das minorias, sobretudo da população negra, bem como ser uma representante da capacidade feminina. Já foi capa da revista Raça, e homenageada pelo cartunista Maurício de Souza, virando a personagem Milena na Turma da Mônica, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.