O caso de George Floyd reascendeu o debate sobre o racismo no mundo. O ex-segurança foi morto após um abordagem desastrosa de um policial, no qual um agente branco pressionou o seu joelho no seu pescoço, o deixando sem ar. Após esse caso, outro fato sobre racismo repercute nas redes sociais, desta vez, aqui no Brasil.
Um policial civil negro foi abordado com violência por um policial militar branco que deu ordens com palavras racistas como essas: “Vai, negão, deita no chão”. “Que polícia que nada, seu filho da p***”. A abordagem equivocada do policial militar aconteceu quando o policial civil conduzia suspeitos na última segunda-feira (08), em frente à delegacia em que trabalha.
Um Boletim de Ocorrência foi registrado pelo policial agredido e o PM poderá responder por violência arbitrária, injúria e lesão corporal. O PM fugiu do local, mas já foi identificado após a Polícia Civil ter pedido a PM e a Corregedoria da corporação, o nome do policial que teve a placa da moto que estava anotada pelo policial civil.
W.V.S explicou no BO o que aconteceu, ele viu três jovens e suspeitou que poderiam estar esperando um vítima de furto e decidiu realizar a abordagem. Foi então que ele decidiu consultar os antecedentes dos jovens e levar os três à delegacia que era do outro lado da rua. Já na frente do local, quatro policias chegaram de moto e um jogou com violência o pneu na perna do policial civil, que logo avisou ser colega de profissão. Mesmo assim outras agressões sucederam, como um empurrão, “peitada” e “cabeçada” usando o capacete.
O policial agredido tentou argumentar, mas sem sucesso. O PM chegou a pedir que ele deitasse no chão. Os outros PMs não tiveram reação, apenas um chegou a dizer que se tratava de um policial. Em seguida, os colegas do policial civil chegaram e o PM se evadiu do local.
Os jovens que eram suspeitos se tornaram testemunhas na Deatur já que os três presenciaram toda a ação desastrosa do PM.
“O caso mostra o racismo institucional presente na PM de São Paulo. A instituição precisa reconhecer o problema e tomar medidas para lidar com ele”, disse Rafael Alcadipani, professor de Gestão Pública e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Já a assessoria de imprensa da Polícia Militar disse em comunicado que“com base no boletim de ocorrência, a Polícia Militar instaurou investigação para apurar com rigor a queixa formulada. A corporação também declarou que essa ação é inaceitável na Polícia Militar.
“O caso é investigado pelo 1º Distrito Policial (Sé) e pelo 7º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano (BPM/M). A delegacia instaurou inquérito policial e ouviu a vítima, assim como testemunhas”, revelou a Secretária de Segurança Publica.