O mundo está enfrentando uma de suas piores crises da saúde nas últimas décadas. A cada dia uma nova notícia é divulgada nos meios de comunicação. No dia 13 de abril foi registrada a primeira infecção de morte de Covid-19 que foi transmitida de um paciente morto para um médico legista.
Esse caso aconteceu na Tailândia e foi relatado em uma publicação no Journal of Forensic and Legal Medicine, que não divulgou nem nome, nem idade da vítima. Esse caso levantou um grande medo na população e agora está sendo explicado por médicos e especialistas.
Elie Fiss, que é médico pneumologista e trabalha no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, diz que esse caso é muito específico e essa contaminação provavelmente aconteceu por conta de uma falha no protocolo e higiene. Também aconteceu falha no manuseio do corpo do paciente na autópsia.
“O vírus não morre com a pessoa. Ele sobrevive por algum tempo no corpo do paciente. No caso de doenças respiratórias agudas, os pulmões e outros órgãos podem ainda abrigar vírus vivos. Portanto, se ocorrer alguma falha no protocolo de higiene e manuseio do cadáver, o médico legista pode acabar sendo contaminado”, explicou o médico durante a entrevista concedida.
O profissional ressalta que todo mundo que vai manejar o corpo após o óbito deve estar bem protegidos. Não é só o médico legista que corre risco, mas sim toda a equipe responsável que vá trabalhar com o caso.
Segundo a nota divulgada pelo Ministério da Saúde, os Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) para esses profissionais devem ser óculos de proteção, protetor fácil, gorro, avental de manga longa, luvas, botas e máscara cirúrgica. Além disso, há um rígido protocolo de higiene para fazer o manuseamento do corpo.